Maca Albornoz, a saga alternativa na pentalogia scorziana
DOI:
https://doi.org/10.19137/anclajes-2019-2333Palavras-chave:
Indigenismo, personagens femininos, somatopolítica, gênero, masculinidadeResumo
Maca Albornoz e seu Circo Romano são personagens secundários presentes em três dos romances sobre as rebeliões indígenas do peruano Manuel Scorza. O papel feminino, o esbatimento das definições de gênero e adjudicação invertida dos papéis centrais a personagens identificados apenas por suas diversidades físicas e mentais são temas incomuns na tradição indigenista, e, no entanto, os encontramos nesses romances. Seguindo a premissa de Paul B. Preciado de que a diversidade, tanto sexual como funcional, está inscrita no corpo, também é possível conceber que ele emane uma contraproposta de rebelião. Para o leitor, são precisamente os picos de resistência desses personagens que contribuem, compensando o fracasso do feito encabeçado pelo líder Agapito Robles. Propomos que essas rebeliões, que caberiam nos paradigmas da somatopolítica, tanto em termos de complexidade da definição de gênero, como na ruptura dos papéis tradicionais dados aos personagens com desafios funcionais, constituem meras estratégias narrativas, das muitas com que Scorza inovou o terreno do indigenismo. O objetivo final é convencer o leitor e envolvê-lo emocionalmente (Ubilluz) na fúria revoltante que caracteriza a epopeia de levantes indígenas em um esforço para recuperar suas terras.Downloads
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