Diálogos entre paisanos. Notas para uma leitura das gauchescas do Rio da Prata e do Rio Grande do Sul
DOI:
https://doi.org/10.19137/anclajes-2025-2926Palavras-chave:
Literatura gauchesca, Crítica literária, Século XIX, Rio da Prata, Rio Grande do SulResumo
Em 1833, no jornal porto-alegrense O Recopilador Liberal, foi publicado um diálogo gauchesco em português. Trata-se de uma aparição extemporânea, pois ocorreu em data anterior ao que é tido como momento emergente da literatura gauchesca do Rio Grande do Sul (década de 1970). Através da análise conjunta da peça de O Recopilador Liberal com um corpus de diálogos gauchescos do Rio da Prata (de Bartolomé Hidalgo e Hilario Ascasubi), revelam-se as singularidades da composição brasileira no que diz respeito à forma de construção do dispositivo de locução gauchesco. Ao invés do que acontece nas conversas compostas do lado hispânico da fronteira, no diálogo que apareceu no jornal de Porto Alegre, o dizer do gaúcho é subsidiário ao discurso do amo, construindo assim uma relação de heteronomia que compromete a perspectiva plebeia que, em princípio, o gênero gauchesco estabelece.
Downloads
Referências
Alencar, José de. O gaúcho. 1870, Martin Claret, 2007.
Ascasubi, Hilario. Paulino Lucero. Poesía gauchesca, t. I. Editado por Jorge Luis
Borges y Adolfo Bioy Casares, Fondo de Cultura Económica, 1984, pp. 37-303.
Cesar, Guilhermino. História da literatura do Rio Grande do Sul. 1955, Globo, 1971.
Cattaruzza, Alejandro y Alejandro Eujanian. “Del éxito popular a la canonización estatal del Martín Fierro. Tradiciones en pugna (1870-1940)”. Prismas, vol. 6, n.° 6, ene.-jun. 2002, pp. 97-120, https://prismas.unq.edu.ar/OJS/index.php/Prismas/article/view/958/884
Cornejo Polar, Antonio. Escribir en el aire. Ensayo sobre la heterogeneidad socio cultural en las literaturas andinas. CELACP, Latinoamericana Editores, 2003. “Diálogo entre o Compadre Ambrosio, e o Compadre Manduca”. O Recopilador Liberal, n.° 71, 1833, p. 1.
Hidalgo, Bartolomé. Obras completas. Ministerio de Educación y Cultura, 1986.
Juvenal, Amaro. Antônio Chimango e otros textos. 1915. Artes e ofícios, 2000.
Lamborghini, Leónidas. “El gauchesco como arte bufo”. Historia crítica de la literatura argentina, dirigido por Noé Jitrik, vol. 2, La lucha de los lenguajes, dirigido por Julio Schvartzman. Emecé, 2013, pp. 105-18.
Ludmer, Josefina. El género gauchesco. Un tratado sobre la patria. 1988. Sudamericana, 2000.
Morel, Marco. “Restaurar, fracionar e regenerar a nação: o Partido Caramuru nos anos 1830”. Brasil: formação do Estado e da nação, coordinado por István Jancsó. HUCITEC, 2003, pp. 407-30.
Pisano, Juan. “Plebeyos en desacuerdo. El diálogo gauchesco, ficción de comunidad política”. Ficciones de pueblo. Una política de la gauchesca (1776-1835). Eduvim, 2022, pp. 281-394.
Porto Alegre, Apolinário. O vaqueano. 1872. Livraria do globo, 1927. “Porto Alegre”. O Recopilador Liberal, n.° 78, 1833, p. 2. María Laura Romano | XXIX.2 (mayo-agosto 2025) ISSN 1851-4669
Rama, Ángel. “Diez problemas para el novelista hispanoamericano”. La novela hispanoamericana, coordinado por Juan Loveluck. Editorial Universitaria, 1969, pp. 277-336.
Rama, Ángel. Los gauchipolíticos rioplatenses. 1976. Centro Editor de América Latina, 1982.
Schlickers, Sabine. “Que yo también soy pueta”. La literatura gauchesca rioplatense y brasileña (siglo XIX-XX). Iberoamericana-Vervuert, 2007.
Schvartzman, Julio. Microcrítica. Lecturas argentinas (cuestiones de detalle). Biblos, 1996.
Schvartzman, Julio. Letras gauchas. Eterna Cadencia, 2013.
Zilberman, Regina. A literatura no Rio Grande do Sul. Mercado Aberto, 1982.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 María Laura Romano

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os autores devem aderir à licença Creative Commons 4.0 denominada “Atribución - No Comercial -CompartirIgual CC BY-NC-SA”, por meio da qual é permitido copiar, reproduzir, distribuir, comunicar publicamente o trabalho e gerar trabalhos derivados, desde e quando o autor original é citado e reconhecido. No entanto, você não tem permissão para usar o trabalho ou seus possíveis trabalhos derivados para fins comerciais. os/as autores/as devem aderir à licença Creative Commons 4.0 denominada "Atribuição - Não Comercial-CompartilhaIgual" (CC BY-NC-SA 4.0), que permite a cópia, reprodução, distribuição, comunicação pública da obra e criação de obras derivadas, desde que a autoria original seja citada e reconhecida. No entanto, não é permitido utilizar a obra nem suas possíveis obras derivadas para fins comerciais. Além disso, os/as autores/as cedem à Anclajes os direitos para a publicação de seus textos, mantendo, no entanto, sua propriedade intelectual. Isso significa que a publicação não retém os direitos de reprodução ou cópia (direitos autorais), permitindo que as pessoas responsáveis pela autoria possam disponibilizar as versões finais e divulgá-las em repositórios institucionais, temáticos, páginas pessoais na web ou qualquer outro uso relevante, desde que a fonte original de publicação seja mencionada.


.png)

2.png)














_(2).png)






.jpg)
_(1)1.jpg)



.jpg)


