Do avanço da “fronteira produtiva” à “fronteira imobiliária”: o enoturismo a partir de dois casos regionais
Palavras-chave:
fronteira produtiva, fronteira imobiliária, renda fundiária, gentrificação, turismoResumo
De forma habitual, o termo “fronteira” tem sido associado aos limites jurisdicio-nais entre os estados-nação modernos, as conhecidas “fronteiras territoriais”. No entanto, o conceito gradualmente se diversificou, abordando situações mais complexas. Nesse sentido, surgiram as “fronteiras produtivas”, entre as quais se destacam as fronteiras agrárias, agropecuária e extrativistas; referenciadas neste artigo. Por outro lado, o surgimento de novas formas de lazer, traduziu-se na difusão de diferentes tipos de turismo, entre os quais está o enoturismo. Da mesma forma, o avanço da “fronteira vitivinícola” foi retroalimentado ao ritmo do crescimento da atividade turística. Com o objetivo de mostrar este processo, foram selecionados dois casos de expansão recente do cultivo vinícola que esti-mularam o aumento do referido turismo, mais precisamente nas províncias de San Juan e Jujuy, Argentina. Embora, podem-se traçar algumas características semelhantes entre ambos espaços, onde o eixo estruturante é a valorização imobiliária, primeiro pelo aumento do turismo e –segundo– pela produção vi-tivinícola. Com rigor, a análise é sustentada com números como o aumento do preço dos terrenos em dólares, o crescimento da área cultivada com vinha, cartografias com áreas de vinhas plantadas recentemente; tudo isso a partir de dados coletados em campo durante vários anos de pesquisa.