Territorialidade e escolaridade. Escolas de muito difícil acesso entre comunidades indígenas camponesas (Tucumán, Argentina)
Resumo
Para a realização deste trabalho, começamos por conceber os estabelecimentos de ensino estaduais e suas arquiteturas escolares como espaços nos quais se viabiliza parte da construção territorial realizada pelos Estados. Por sua vez, estando localizados em cidades ou zonas rurais (agrupadas ou dispersas) e interagindo com diferentes grupos sociais, serão considerados espaços em torno dos quais se criam uma multiplicidade de territorialidades. A partir disto, neste artigo se busca identificar como o espaço da escola estadual colabora na produção de territorialidade nos contextos de comunidades indígenas-camponesas localizadas em áreas montanhosas de muito difícil acesso na província de Tucumán, Argentina. Ao mesmo tempo, é interessante poder visualizar as nuances que se geram na interação entre as territorialidades das comunidades indígenas-camponesas e das instituições escolares, nestes contextos particulares. Este trabalho começou com a identificação e análise de quatorze escolas rurais de muito difícil acesso localizadas nos sistemas montanhosos de Cumbres Calchaquíes e Sierras de Quilmes, áreas habitadas principalmente por comunidades indígenas-camponesas. Entre os principais resultados, propõe-se que nesses contextos específicos a territorialidade estadual buscada desde os estabelecimentos de ensino e as práticas escolares vê-se interpelada e modificada pelas práticas locais.