A visão relacional dos centros históricos. Para além das perspectivas tradicionais
Palavras-chave:
centros históricos, patrimônio urbano, geometrias do poder, Doreen MasseyResumo
Através de um exercício de análise teórico-interpretativa e da revisão documental e argumentativa de diferentes fontes bíblico-hemerográficas, o artigo pretende expor as principais questões geradas em torno das perspectivas que tradicionalmente têm tratado do tema dos centros históricos, bem como mostrar as redes conceptuais e a abertura a novas abordagens, entre as quais se destaca actualmente a perspectiva relacional. O objectivo é ensaiar uma abordagem teórica própria cuja intenção é atribuir a esta nova corrente, à medida que se aproxima da compreensão do centro histórico como uma relação social de diferentes formas. Neste caso, a abordagem relacional será recuperada do campo da geografia e, em particular, da teoria das "geometrias do poder" desenvolvida por Doreen Massey (2005). Nesta base, propõe-se no final que os centros históricos possam ser pensados como uma simultaneidade dinâmica e aberta e produto de inter-relações onde coexistem actualmente diferentes trajectórias que se estendem do global ao local, o que torna possível uma visão transescalar, mais complexa e integral, o que desde o início contribui para ultrapassar as perspectivas tradicionais que normalmente as concebem como espaços estáticos e fechados, sinónimo de "perímetro", "zona" ou "área".